MOVIMENTO ESPERANÇA GARCIA: EM DEFESA DA NAÇÃO AMEAÇADA

MOVIMENTO ESPERANÇA GARCIA                                                                           EM DEFESA DA NAÇÃO AMEAÇADA

Nos últimos meses pudemos testemunhar e melhor compreender os reais objetivos da quebra da ordem institucional, consolidada em agosto de 2016, que solapou nossa jovem democracia.

Vivenciávamos largo período de desenvolvimento econômico, de diminuição das desigualdades sociais, de afirmação da Nação no cenário internacional, de construção de um espaço democrático. Repentinamente, tudo mudou.

A reforma trabalhista e a terceirização do trabalho, ao extinguir direitos, conquistas históricas dos trabalhadores e trabalhadoras, não apenas os condena a vivenciar as precárias condições de trabalho vigentes no País em remoto passado, como também dilapida nosso parque industrial. Sem garantia de emprego e sem condições mínimas de negociação, a renda do trabalho, ainda que diminuta, não será suficiente para oxigenar a produção industrial, o que condena a Nação à estagnação econômica e à abdicação do modelo de desenvolvimento independente.

Se até a pouco tempo o Brasil detinha o 10º. maior e mais diversificado parque industrial do mundo, hoje a participação de nossa indústria na composição do Produto Interno Bruto é percentualmente inferior aos índices obtidos em 1947!

Situação que tende a se agravar. A Reforma da Previdência, uma vez aprovada, não apenas postergará ao máximo a aposentadoria dos que se encontram atualmente empregados. Mais ainda: impedirá o acesso ao primeiro emprego à juventude que se forma em cursos superiores ou se qualifica em cursos técnicos, acumulando, a cada ano, levas e levas de novos desempregados, com todo o custo social daí decorrente.

Não bastasse isso, o congelamento dos gastos sociais do Governo Federal por 20 anos, há de sucatear nossa educação e, principalmente, a pesquisa científica, tecnológica e a inovação, justamente no momento em que o mundo vivencia a 4ª. Revolução Industrial. Além de enterrar de vez o parque industrial de saúde, químico, de construção pesada e de defesa, nossa já debilitada indústria tende a ser sucateada, provocando mais e mais desemprego e o esfacelamento da expertise nacional.

Enquanto se congelam os gastos sociais, cerca de 45% do Orçamento da União estará comprometido, ano após ano, com o pagamento de juros e de serviços da dívida interna. Enquanto a indústria mingua e os serviços públicos se deterioram, os banqueiros e os rentistas lucram absurdamente.

Aliado a esse processo galopante de desindustrialização e de aumento das desigualdades sociais, nossa democracia tem sofrido sérios golpes. À falta de legitimidade do Presidente em exercício se acrescenta um legislativo cuja maioria dos parlamentares ostenta indeléveis máculas. Desmoralizados, Executivo e Legislativo, findam por possibilitar que corporações de servidores públicos, em regra compostas por bem-nascidos e bem formados, encastelados no Judiciário, no Ministério Público e na Polícia Federal, sempre secundados pela grande mídia, avoquem o direito de comandar os destinos da Nação.

O combate à corrupção deve ser a regra diuturna de toda Nação que deseja a prosperidade de seus filhos. Mas isso não significa que servidores públicos desprovidos da legitimidade do voto popular possam denegrir o espaço democrático conquistado pelos brasileiros em heroicas jornadas de luta.

A criminalização da política tem apenas uma utilidade: a derrocada da democracia! Sem democracia não é possível aos brasileiros sequer conservarem direitos mínimos, como os de protestar, de se manifestar, de votar. Nesse momento, fazer política é uma obrigação dos cidadãos de bem.

Esse quadro de desindustrialização, de aumento das desigualdades sociais e de destruição da democracia, entendemos, se insere no processo da nova divisão internacional do trabalho. Representa a extinção de nosso projeto de desenvolvimento nacional independente.

Na nova divisão internacional do trabalho, quadro que está a se indicar, relega ao Brasil o papel de produtor de commodities agrícolas e minerais, assim como no período anterior a 1891. A indústria da 4ª. Revolução Industrial, tecnológica, não nos pertencerá, pois não teremos ciência e nem educação competitivas, e não teremos um mercado interno consumidor. Segundo o projeto econômico, social e político em curso, seremos, em futuro próximo, meros fornecedores de matérias primas e consumidores de produtos importados, como qualquer colônia. No caso, Neocolônia.

Portanto, se esboça um quadro de absoluta desnacionalização de nossa economia. De absoluta abdicação de nossa soberania!

Entendemos que é chegada a hora de unir a todos os brasileiros, independentemente de credo, de sexo, de raça ou de concepção política, em defesa da Nação.

Defender a Nação brasileira é defender a soberania nacional. É defender a democracia. É defender um projeto de desenvolvimento econômico independente. É defender o progresso social, com a diminuição das enormes desigualdades sociais hoje vigentes.

Esperança Garcia, piauiense, mulher, negra e escrava, escreveu, no dia 06 de setembro de 1770, portanto há exatos 247 anos, uma carta ao Governador da Província solicitando o fim dos castigos físicos que ela, os filhos e as companheiras estavam sofrendo.  

Esperança Garcia nos mostrou que o caminho não é o de se curvar! Nos ensinou que o correto não é se calar! Sobretudo, nos legou a coragem de pleitear uma Nação justa e digna: democrática, soberana, desenvolvida economicamente e com menos desigualdades sociais!

Não estamos condenados à derrota. Precisamos dizer não ao pessimismo e ir à luta democrática. Somente com a participação decidida de todos nós descortinará um terreno fecundo para as mudanças de que o Brasil necessita.                               

Para empreender essa tarefa contamos com você. O primeiro passo é assinar esse manifesto.


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